13 de setembro de 2015

Avalanche Tricolor: a teoria do omelete se confirmou


Por Milton Jung



Grêmio 1×2 São Paulo
Brasileiro – Arena Grêmio


Edinho tenta sair jogando (foto; Grêmio Oficial no Flickr)
Edinho tenta sair jogando mas tem dificuldade para driblar o omelete (foto; Grêmio Oficial no Flickr)

Já falei pra você da teoria do omelete? Provavelmente, não. Aproveito o domingo, então, para dividir com você esta tese muito particular que venho construindo há algum tempo. Costumo lembrar dela nas manhãs dominicais quando acordo bem mais cedo do que toda turma aqui em casa, vou para a cozinha e começo a preparar meu café. Mudo muito pouco o cardápio matutino, dando preferência para o café preto, duas xícaras, normalmente, e um omelete (tem quem prefira chamá-lo de a omelete). Pode variar a quantidade de ovos e a mistura. Às vezes faço experiências nem sempre com sucesso. Mas me divirto diante do fogão, aliás, momento raro no meu cotidiano pois tendo a ser um desastre cozinhando.

Vamos, porém, ao que interessa: a teoria do omelete. Você deve saber que depois de despejar os ovos batidos com um fio de leite na frigideira, o que o deixa “espumoso”, cobrir com frios e salpicar a mistura do dia – pode ser azeitona, cebola picada, tomate cortado bem fininho ou qualquer outra coisa que aparecer na frente – deve-se esperar o momento certo para virar o omelete. Com a mão direita bem posicionada e dedos firmes envolvendo o cabo é necessário um movimento rápido e preciso que permita que a massa de ovos já consistente suba a meia altura, vire de cabeça para baixo e caia novamente na frigideira. Manobra que, você que já fez um omelete há de confirmar, nem sempre é feita com sucesso.

É no momento da virada do omelete que minha tese se concretiza. Porque se no início do domingo, quando a maioria das pessoas ainda dorme, os bichos me acompanham da porta da cozinha com olhar preguiçoso e os santos ainda aguardam nossos pedidos na parede da Igreja, o omelete sobe, vira e desce no ponto certo, sem sujar nada no fogão, eu tenho certeza de que aquele será um domingo especial. Um dia de satisfação com a família, sem visita de gente chata, pouco trabalho extra e, claro, uma vitória no futebol da tarde.

Tem domingo, porém, que a virada do omelete é feita sem muita firmeza, pega-se o cabo de forma desajeitada, o movimento para o alto sai inseguro, e o ovo despenca pelas bordas da frigideira, lambuzando o fogão por inteiro. Ao assistir à esta cena e antes mesmo de correr para pegar o pano de prato e tentar limpar a sujeira feita, fico sempre com a impressão de que alguma coisa vai dar errado naquele domingo. Coisas como o goleiro titular que está voltando ao time depois de três jogos ter torcicolo e não conseguir entrar em campo; o zagueiro que vinha realizando uma sequência de atuações perfeitas e acaba de servir sua seleção errar todos os botes que tinha para dar durante a partida; o craque da equipe tropeçar na bola; e a equipe que se destaca pelo toque refinado e marcação impecável errar mais de 40 passes no jogo e ser incapaz de segurar os contra-ataques adversários.

Acho que não preciso dizer para você o que aconteceu com o meu omelete nessa manhã de domingo. Mas, tudo bem: vou continuar tentando acertar meu omelete e jamais deixarei de acreditar no Grêmio.