11 de fevereiro de 2013

Daniel Matador: O Poderoso Chefão


Caros

Tinha certeza que este dia chegaria. Só não imaginei que seria tão cedo. Culpa do Koff, fazer o quê. Vou poder finalmente fazer a famosa analogia do Grêmio com o maior livro que já li e com o maior filme que já assisti. Em 1969 Mario Puzo escreveu aquela que viria a ser sua obra-prima, denominada The Godfather. No Brasil o livro recebeu o título de O Poderoso Chefão, enquanto que a edição portuguesa renomeou-o com a tradução literal da obra (O Padrinho). Lembro que li o romance de Puzo quando tinha 16 anos e dali em diante posso dizer que minha vida não foi mais a mesma. Muitos dos ensinamentos do livro até hoje permeiam minha conduta, como a honra e a amizade. Fui assistir o filme homônimo de Francis Ford Coppola cerca de 5 anos depois. A interpretação de Marlon Brando para o papel de Don Vito Corleone é simplesmente a maior de todas aquelas já feitas na história do cinema.

Para quem não é deste planeta, o livro (e o filme) contam a história de Don Vito Corleone, um imigrante que chega ainda criança aos EUA vindo da Sicília, fugindo de um chefão local da máfia que havia matado seus pais. Por seus talentos, torna-se um homem de negócios próspero, utilizando inclusive meios pouco ortodoxos para tal, como intimidar e até mesmo eliminar seus concorrentes (que, cabe salientar, também não eram mocinhos na história). Seu poder e influência chegam aos mais altos escalões da política, judiciário e empresariado. Ninguém ousa recusar um pedido ou deixar de prestar um favor ao padrinho. Don Vito possui três filhos homens e uma filha mulher, sendo que destes o filho mais novo, Michael, é o que menos aptidão demonstra para comandar os “negócios” da família. Entretanto, por conta de reviravoltas do destino, é sobre Michael que acaba caindo a responsabilidade de aprender os métodos de seu pai para que possa assumir a posição de Don. O livro possui muito mais conteúdo do que o visto no filme, o que fez com que Coppola fizesse uma continuação (O Poderoso Chefão 2), sendo até hoje a única continuação de filme a receber um Oscar. A trilogia cinematográfica foi encerrada em 1990 com O Poderoso Chefão 3. Chego quase a fazer um apelo para que os infelizes que ainda não leram o livro o façam já. Para depois então assistir o filme e suas continuações. Sem palavras para descrever. Obras de arte.

Creio que não há necessidade de dizer o motivo da comparação do filme com o tricolor. Não é de hoje que Koff é considerado o capo di tutti capi do futebol. O tamanho de sua influência não possui sequer tentativa de medição. Alguns podem tentar enfrentá-lo, mas nenhum possui seu poder. Os acontecimentos dos últimos dias deixaram a todos de queixo caído com sua capacidade. Assim como no filme, Don Koff encontra-se em uma situação onde deve treinar um substituto, por conta até mesmo de sua idade. Quem irá beber da fonte e reunir as características necessárias para assumir com a dignidade necessária o trono da presidência do Grêmio no futuro? Quem será o Michael Corleone gremista?

Citei nos comentários dos últimos post’s uma pequena historinha contando como Koff persuadiu a CBF a fazer plantão em pleno Carnaval para inscrever Barcos e André Santos no BID a tempo de disputarem a Libertadores. Vou transcrever agora a conversa a que tive acesso através de fontes fidedignas que conta a ligação que Koff fez agora há pouco para a CBF.
.....
Rio de Janeiro, sede da CBF, segunda-feira de Carnaval, 17h20min. Toca o telefone e a secretária (hoje sóbria) atende.

- Alô, é da CBF. Deseja falar com quem?

Uma voz rouca fala do outro lado da linha:

- Me passa o Marin.

A secretária, escaldada pela última situação, agora age de modo diferente.

- Ah, é o senhor, Doutor Koff. Só um minutinho, vou lhe repassar imediatamente.

Tapa o bocal do telefone e fala sussurrando para o Marin, que está na frente dela o dia inteiro, só esperando por essa ligação, e no momento está tomando um copinho de água do bebedouro.

- É aquela ligação que o senhor estava esperando, seu Marin: o Doutor Koff, lá do Sul.

Marin se engasga, cospe fora a água, avança correndo até a mesa da secretária e atende.

- Alô, Doutor Koff, que satisfação atendê-lo novamente. Sim, claro, o André Santos e o Barcos já estão inscritos no BID, exatamente como o senhor queria. O que é isso, Doutor Koff, incômodo nenhum. Aqui no Rio de Janeiro o pessoal nem curte muito esse negócio de Carnaval, é tudo lenda urbana. Fizemos este plantão hoje apenas para lhe atender, mas depois vou liberar o pessoal para descansar um pouco, afinal, é Carnaval, eheheh! A propósito, Doutor Koff, meus netos manjam desse negócio de Internet, sabe como é esta geração mais nova. Eles vieram me perguntar algumas coisas e, sabe como é, só para desencargo de consciência... o senhor não está contratando aquele jogador, está? Ah, sei... então é para manter o pessoal trabalhando também na terça, só pra garantir? Ok, Doutor Koff, o senhor é quem manda. Minhas saudações e, caso o senhor espirre, saúde, viu?

Marin desliga o telefone e berra pra todo mundo:

- É O SEGUINTE, CAMBADA: TODO MUNDO VEM TRABALHAR AMANHÃ TAMBÉM!!!

O Zé, responsável pelo BID, reclama de novo:

- Mas, chefe, nós já perdemos o desfile pra vir trabalhar hoje só pra atender o Grêmio. O Dejair, que é palmeirense, até trocou a fantasia de pirata que já tinha comprado por causa da ida do Barcos para o Grêmio. Por que vir amanhã, logo na terça de Carnaval?

Marin senta no banquinho, afrouxa a gravata, pega a garrafa de ceva, entorna um gole no bico e fala, desolado:

- Eu inventei de perguntar pra ele sobre o Kaká...

Saudações Imortais