26 de fevereiro de 2013

"Sou a favor de espaços sem cadeiras na Arena"


Nos últimos tempos, temos assistido, lido e ouvido polêmicas intermináveis sobre a chamada "avalanche", marca registrada da torcida do Grêmio. Opiniões de todo tipo já foram dadas, debatidas e rebatidas. Já teve presidente, juiz, promotor, bombeiro, brigadiano, administrador, engenheiro, pizzaiolo, enfermeiro, carcereiro e até agente funerário dando pitaco. Então, qual a conclusão a que chegamos? Nenhuma...
No dia 14 de fevereiro, seu Algoz postou o seguinte texto enviado pela vereadora portoalegrense Any Ortiz, 29 anos, advogada e torcedora gremista desde antes do nascimento do seu primeiro dentinho:


                 "Ontem, em reunião com Eduardo Pinto, buscamos um diálogo para a preservação   daquele espaço a preços populares. A colocação de cadeiras não vai permitir isso, infelizmente. Além disso, a juventude precisa de um espaço para poder se manifestar livremente, mas com segurança. Como sabem, isso ocorre na Allianz Arena, na Alemanha. Lá há um espaço sem cadeiras a preços reduzidos. É preciso entender que há aqueles que preferem assistir aos jogos de maneira mais confortável (sentados) e aqueles que preferem de pé. A Arena tem, em sua grande maioria, espaços confortáveis. Manter o espaço sem cadeiras é manter, também, o futebol como um esporte popular. Antes mesmo de ler o post, eu levantei esta mesma possibilidade na reunião. Seguiremos acompanhando e buscando uma solução. Estamos tentando uma reunião com o Sr. Fábio Koff para debater sobre o tema. Abraço".

Desse modo, descobrimos que,  como torcedora do Grêmio, a vereadora Any está engajada e interessada em colaborar para equacionar esta questão que aflige grande parte da torcida tricolor. Para saber mais detalhes sobre os seus esforços e sua opinião sobre esta  polêmica, buscamos a sua palavra. Na entrevista a seguir, ela fala sobre o Grêmio,  futebol e sua preocupação com a "avalanche".


Any Ortiz acompanha a polêmica da "avalanche".

Quando pisou a primeira vez no Estádio Olímpico?
Aos sete anos, aproximadamente.

Quem influenciou no gremismo?
A família, mais especificamente meu pai.

A senhora é uma torcedora gremista. Desde que idade lembra de torcer para o Grêmio?
Desde sempre!! Eu tenho fotos de bebê já com a camiseta do tricolor!

Costuma frequentar o Estádio Olímpico?
Sim. Com alguma frequência. E a Arena, também, claro.

Como faz para se manter informada sobre o time?
Acho importante confrontar informações. Não costumo ter uma fonte de informação apenas. Leio, vejo e ouço muita coisa e, ao final, tiro as minhas conclusões.

As mulheres estão mais participativas no futebol, estão mais presentes nos estádios e, assim como os homens, torcem fardadas com o uniforme do time. Na sua opinião, como ocorreu essa mudança de atitude?
Creio que isso daria uma tese, até. Mas, resumidamente, creio que as mulheres passaram a entender o amor dos homens pelo futebol. E desse sentimento, sinceramente, nós entendemos muito bem. Além de gostar de assistir eu também jogo futebol com as minhas amigas.

A senhora entende de tática futebolística ou apenas torce para que a bola entre no gol?
(risos) Não entendo a ponto de palestrar nas arquibancadas em dia de jogo, mas sei observar o que está, ou não, funcionando para que a equipe chegue ao gol. Fique tranquila. Eu sei o que é impedimento. (risos)

A torcida esta ávida por títulos. Na sua opinião, o que falta para o Grêmio voltar a ser multicampeão?
Penso que, há alguns anos, estamos caminhando para a profissionalização da gestão. Atualmente, sem uma gestão planejada, não há como ter sucesso em nenhuma área. Creio que estamos no caminho correto e em breve (espero) voltaremos a comemorar títulos. Este ano, ainda, tomara!

O que achou das últimas contratações feitas pela nova direção?
Gostei bastante! A equipe ainda precisa de mais entrosamento, mas tenho certeza que com estes jogadores isso não vai ser difícil.

E quanto às polêmicas em torno da Arena, qual a sua posição?
Eu desejo o melhor para a Arena e para o Grêmio. E dentro disso está a SEGURANÇA. Este fator, aliás, não deveria ser polêmico. É um princípio básico que deveria ser entendido por todos e buscado sempre.

Por que a senhora aceitou comprar a briga em nome da torcida gremista em relação ao Poder Público (Bombeiros, Prefeitura Municipal) quanto à liberação da “avalanche”?
Sinto (mesmo) dizer isso, mas não sou a favor da avalanche. Este movimento é realmente lindo e é uma marca registrada da torcida, mas é preciso entender que ela acarreta riscos. E estes riscos não podem existir. A história já foi escrita e, agora, é tempo de partir para alternativas seguras.
Sou a favor, sim, de manter o espaço sem cadeiras para que possamos ter preços mais acessíveis para manter o futebol como um espetáculo democrático. Além disso, a grande maioria da Arena é para quem deseja ficar confortavelmente sentado. É justo que exista um espaço para aqueles que preferem assistir de pé e se manifestando da forma que julgam ser mais motivadora. Naquele espaço, acredito que o melhor seria  colocar os parapeitos e reforçar as grades.

Torcedora gremista, vereadora aposta no diálogo.


Como a senhora agirá em relação à isso ? Qual estratégia será usada para defender os interesses do torcedor tricolor?
O que estou buscando é dialogar com as autoridades, mostrando que há uma possibilidade legal e segura de manter o espaço sem cadeiras. Novas reuniões estão sendo marcadas e estou acompanhando de perto estes movimentos.

A senhora já teve contato com alguém da direção do Grêmio para tratar do assunto?
Estamos aguardando uma data para reunir o máximo de dirigentes ligados à questão.

Que sugestões a senhora daria para os envolvidos na questão?
Espero que nenhuma autoridade deixe de pensar primeiramente na segurança. Mas que, também, não deixem de pensar no direito do torcedor de se manifestar e, claro, em um espaço de custo mais acessível.

É justo que essas exigências sejam feitas somente em relação à Arena do Grêmio ?Os outros estádios que não têm cadeiras serão fiscalizados pelo poder público ou serão interditados?
O justo é que se cumpra as normas em qualquer estádio.

Não teme ser chamada de oportunista por abraçar esta causa?
Não. Definitivamente. Entendo que existe o oportunismo e a oportunidade. Mas eu estou lidando com a oportunidade de debater esta questão que é agora. Então vamos debater. Ou devemos esperar alguns meses, ou anos, pra retomarmos a questão?

Só por curiosidade, vereadora: a senhora também gritou “fi-ca, Lu-xem-bur-go”?
(risos) Olha, não estava no jogo onde se ouviu este coro, mas eu entendi que ele fez um bom trabalho e desejei que ele fosse mantido.
Saudações Tricolores

Contatos com a Vereadora Any Ortiz:
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