11 de setembro de 2012

Histórias Imortais - [ 9 ]


Vivida por Guilherme C. Bueno

Dias de Glória

Naquele 07/10/1995 o Tricolor entraria em campo com o plantel que é referência até hoje em qualquer bate papo de gremistas. O adversário era o Corinthians, o mesmo que havia arrancado o título da Copa do Brasil daquele que se tornara Bicampeão da América. O Olímpico apresentava cerca de 10 mil torcedores para assistir a última rodada do 1º turno, o que não era pouco para a época, ainda mais pelo fato de o Tricolor já não mais ter chances de obter uma vaga para semi-final do campeonato nacional daquele ano naquele turno.

Foi neste cenário que pela primeira vez coloquei os pés no Olímpico Monumental ao lado do meu pai. O Grêmio foi sem sombra de dúvidas a maior conexão que eu tinha com meu pai aos 11 anos. Lembro com nostalgia dos gols do Grêmio naqueles tempos quando assistíamos o Tricolor pela Globo, Bandeirantes, SBT ou Manchete. Meu pai batia uma palma seca e permanecia inerte, enquanto eu gritava e saltava com a emoção que a minha idade reservava. Lembro que de tanto atucanar o velho, ele me autorizou a doar R$ 3,00 para o Fica Jardel naquela época.

Pegamos o T4 até a Ipiranga e depois um táxi até o Olímpico. Chegando lá eu tive a certeza que meu pai não poderia ter me dado um presente mais inesquecível. Tudo parecia tão imenso que a tela do aparelho de televisão nunca conseguiria captar. Ver Danrlei, Rivarola, Goiano, Carlos Miguel e Paulo Nunes já era demais, mas fomos presenteados com os dois gols do Jardel e a brilhante atuação do Arilson. O gol de desconto do Corinthians não arrefeceu o ânimo que eu sentia naquele momento. Até mesmo o meu pai trocou a frieza das palmas por pulos e gritos.

A ligação que eu e meu pai tínhamos com o Grêmio era tão forte que até mesmo o Tricolor percebeu isso. Quando meu pai morreu em novembro de 1997, o Grêmio cessou uma sequencia avassaladora de títulos e atuações irrepreensíveis. Alguns dizem que a culpa era da má gestão na época, outros que o time dos sonhos estava se desmontando sem Luiz Felipe e Jardel. Pode ser, mas na época eu tinha certeza que o que fazia falta ao Grêmio mesmo era o meu pai.

Este ano tive a melhor notícia da minha vida, minha esposa e eu esperamos nosso primeiro filho (a). Independente de eu substituir meus gritos nos jogos que até hoje me acompanham por uma palma seca ou o Grêmio retomar seu caminho de glórias, tenho certeza que terei novamente a mesma conexão na minha vida.

Abraços e saudações tricolores.



Comentários (7)

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Emocionante!
Bela história...

Tenho certeza que já estamos novamente no caminho das grandes conquistas, o Imortal dará muita alegria ao teu filho. Vislumbrando um futuro tão glorioso quanto o passado.

Até peço perdão pela ignorância, mas na Arena terá algum espaço ou sala dedicada ao Olímpico Monumental?
Que bom que o blog voltou a publicar esses relatos! Emocionantes pra todo gremista de verdade!
Nem todo gremista teve o privilégio de ir pela primeira vez ao Olímpico em algum jogo que "marcou época", mas com certeza todos lembram da primeira pisada no estádio. Espero que a emoção do primeiro jogo na Arena seja tanta quanto no velho casarão.

Só por curiosidade, alguém do blog vai acompanhar o evento do abraço ao Monumental?
Comovente relato. Abracao.
Parabéns cara!!! Moro em cruz alta, na região noroeste do estado e lembro q ví nosso Grêmio pela primeira vez, foi num jogo contra o nosso saudoso Guarany, no seu estádio, a taba-índa. Também levado pelas mãos do meu pai, sempre q podemos vamos a Poa apoiar o imortal, e essas coisa jamais serão esquecidos ou ultrapassadas.
Chorei...história muito bonita mesmo

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